sábado, 26 de maio de 2012

Irã tem urânio suficiente para cinco bombas, diz ONG

Nesta semana, o negociador nuclear iraniano Saeed Jalili anunciou que haverá continuação nas negociações entre o Irã e potências mundiais sobre o programa nuclear de Teerã.

O Irã tem aumentado substancialmente sua produção de urânio de baixo enriquecimento e o volume total produzido nos últimos cinco anos seria suficiente para pelo menos cinco armas nucleares se o produto for mais refinado, informou uma ONG norte-americano.

O Instituto por Ciência e Segurança Internacional (ISIS, na sigla em inglês), um organismo de pesquisa que acompanha de perto o programa nuclear iraniano, baseou a análise em informações do último relatório da Agência de Energia Atômica da ONU, publicado na sexta-feira.

O avanço das atividades nucleares no Irã é observado de perto pelo Ocidente e por Israel já que poderia determinar quanto tempo Teerã levaria para construir bombas atômicas se tomasse uma decisão do tipo. O Irã nega qualquer plano e afirma que seus objetivos são totalmente pacíficos.

Durante conversas em Bagdá esta semana, seis potências mundiais não conseguiram convencer o Irã em reduzir seu programa de enriquecimento de urânio.

Eles vão se encontrar de novo em Moscou no mês que vem para tentar apaziguar a resistência que já leva dez anos e tem gerado temores de uma nova guerra no Oriente Médio que poderia interromper o suprimento de petróleo.
O relatório de sexta-feira da Agência Internacional de Energia Atômica, um órgão da ONU sediado em Viena, mostrou que o Irã está levando adiante a atividade de enriquecimento de urânio em detrimento das resoluções das Nações Unidas pedindo que os trabalhos fossem suspensos.
Ele mostra que o Irã produziu quase 6,2 toneladas de urânio enriquecido num nível de 3,5% desde que a atividade foi iniciada em 2007 - parte do volume foi posteriormente processado em material mais enriquecido.
Isso é quase 750 quilos mais do que apontava o relatório anterior da agência, publicado em fevereiro, e o ISIS afirmou que a produção mensal do país aumentou em praticamente um terço.
"Esse volume total de hexafluoreto de urânio enriquecido em 3,5%, se refinado mais além para um nível de arma, é suficiente para fazer mais de cinco armas nucleares", disse o ISIS em sua análise.
O instituto acrescentou, contudo, que uma parte do urânio de grau mais alto havia sido convertido para combustível de reatores e que não estaria disponível para a produção de armas nucleares -- pelo menos, não rapidamente.
Urânio enriquecido pode ser usado para alimentar usinas geradoras de energia, que é o motivo alegado pelo Irã para o seu programa, ou para fornecer material para bombas se refinado num grau bem mais alto.
Os países ocidentais suspeitam que este possa ser o objetivo final do Irã embora o país tenha negado.
O Irã começou a enriquecer urânio para uma concentração físsil de 20% em 2010, dizendo que precisava do material para abastecer um reator de pesquisa médica. Posteriormente, os trabalhos se expandiram substancialmente com a planta de Fordow.

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